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"Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina"

quinta-feira, 29 de março de 2012

Carta Náutica

Sempre me assusta ver que muitos navegantes amadores e até mesmo alguns profissionais vão navegar em determinadas regiões sem consultar antes a carta náutica daquela região. É inadmissível, por razões de segurança, que alguém se lance ao mar sem conhecer os perigos da região em que vai navegar.

Uma carta náutica é na realidade um mapa, que pode ser impresso ou eletrônico. Cobre uma determinada área, dando prioridade para a área marítima e pouca prioridade para a área terrestre. Fornece ao navegante os seguintes dados: Profundidade em metros de toda a região coberta por aquela carta
Posição em coordenadas de latitude e longitude de tudo que está dentro da área coberta pela carta
Todos os perigos à navegação tais como pedras, bancos de areia, barcos afundados, etc
Permite que se faça medição de distâncias, em milhas náuticas (1 milha náutica= 1852m)
Fornece rumos para se ir de um ponto a outro dentro da região coberta pela carta
Fornece declinação magnética (ângulo entre norte verdadeiro e magnético), permitindo assim o uso de bússolas dentro daquela região.

Para entender a Carta Náutica
Para entender uma carta náutica o navegante deverá ter um mínimo conhecimento de latitude e longitude. A latitude são linhas (paralelos) utilizados para delimitar os graus, dentro de cada hemisfério. A latitude 0 (zero) é a linha do Equador. A partir desta linha contamos a latitude para norte ou para sul, de 0º até 90º. Tudo que está abaixo da linha do Equador é latitude sul. O pólo sul está na latitude 90º sul e o pólo norte está na latitude 90º norte.
A longitude está dividida em meridianos. O meridiano de Greencwich é a longitude zero da terra. A partir dele contamos a longitude, para leste ou para oeste, de 0º até 180º. Todo o Brasil e suas águas estão na longitude oeste e quase todo Brasil está na latitude sul (exceto uma pequena parte na Amazônia que está na latitude norte). Diz-se que Florianópolis está em 27º de latitude sul e 48º de longitude oeste.
Diante de uma carta náutica, o navegante deve-se se posicionar ao sul da carta, com o norte voltado para cima. A escala de latitude numa carta náutica estará então nas laterais das cartas (lado leste ou oeste)e a escala de longitude estará nas partes inferiores ou superiores da carta (lado norte ou sul da carta).
A escala de latitude também deve ser usada como referência para se medir distâncias (jamais a escala de longitude!). Assim, na escala de latitude 1 (um) grau corresponde à distância de uma milha náutica.

As cores da Carta Náutica
Todas as cartas náuticas, no mundo todo, têm as mesmas cores. A área em cor creme refere-se à área terrestre. A área em cor azul são as águas com menor profundidade (menos de 10m) e portanto mais perigosas. As áreas brancas são aquelas com profundidades superiores a 10m e portanto onde não há risco de encalhe. Os diversos números que aparecem nas cores azul ou branca referem-se exatamente às profundidades em metros naquele local, medidos na mais baixa maré.
Os outros perigos existentes dentro de uma certa região e mencionados numa carta náutica são ali mostrados na forma de símbolos. Ao nos depararmos com estes símbolos nas cartas precisamos consultar um outro documento, chamado de Carta Náutica 12.000, em forma de livreto. Ela contém o significado de cada símbolo citado nas cartas náuticas, de qualquer país, pois as cartas são fabricadas de acordo com orientações da International Hidrografic Organization, com sede em Mônaco.

Como ir de um ponto a outro com a carta náutica e a bússola
Trecho de carta náutica com Rosa dos Ventos, de 0º a 360º
Inicialmente convém esclarecer que quem sabe usar uma bússola não a chama de bússola, mas de agulha magnética. Ela é um instrumento que funciona segundo o princípio do magnetismo terrestre. Para entendermos melhor, vamos primeiro falar de norte.
Em determinado ponto do planeta existem dois pontos que chamamos de nortes. Um deles é chamado de norte geográfico (ou norte verdadeiro) e está localizado no encontro da latitude 90ºN com a longitude 000º. Nas imediações deste norte geográfico há uma região que funciona como um grande centro de atração magnética, chamado de norte magnético. O norte magnético não está no mesmo lugar do norte geográfico, mas um pouco mais à esquerda ou à direita do norte geográfico. Este ângulo ou distância entre os dois nortes é chamado de declinação magnética, que permitirá transformar os rumos verdadeiros fornecidos pela carta náutica em rumos magnéticos a ser seguido na bússola.
E para complicar mais ainda, esta declinação magnética citada sofre variações anuais, ou seja, o norte magnético muda de lugar todo ano. Sendo assim, o navegante precisa saber dizer, a toda hora, qual a declinação magnética do local onde ele se encontra navegando. Esta declinação pode ser dentro da Rosa dos Ventos da carta náutica da região onde se navega. A declinação magnética pode ser para oeste (quando o norte magnético está à esquerda do norte geográfico) ou para leste (quando o norte magnético está à direita do norte geográfico). No litoral brasileiro a declinação magnética será sempre para oeste.
A bússola usa o norte magnético como referência para seu funcionamento. Quando usamos a bússola para seguir rumos, o norte magnético é o rumo 000, o sul magnético é o rumo 180, o leste está no rumo 090 e o oeste no rumo 270.

Mas o que é rumo?
Rumo é uma linha reta entre nosso ponto de partida e nosso destino pretendido. O Rumo também é contado em graus, de 0º a 360º, no sentido horário.

Como descobrir qual o rumo a ser seguido durante um certo trecho que vamos navegar?
As cartas náuticas trazem uma Rosa dos Ventos, informando os graus de cada rumo, de 000º a 360º, no sentido horário, conforme figura anterior. Usando uma carta náutica, trace uma linha reta entre o ponto de partida e ponto de chegada de sua viagem. Coloque uma régua paralela de navegação sobre esta linha reta e conduza a régua, de forma paralela, até o centro da rosa dos ventos da carta e faça a leitura do rumo obtido. Este rumo lido é o rumo verdadeiro. No caso do litoral brasileiro, acrescente (some) a declinação magnética da área e terá então o rumo magnético a ser seguido na bússola. Em Florianópolis, a declinação magnética atual é de 18º para oeste (ano de 2006).
Muitos navegantes não usam a bússola para seguir rumos porque normalmente estão vendo seus destinos desde o ponto de partida, ou seja, navegam em curtos trechos. Mas mesmo vendo o destino desde o ponto de partida, deve-se saber dizer qual é o rumo que estamos navegando, pois pode acontecer de no meio da viagem cair a noite ou um forte nevoeiro e perdermos nosso destino e nosso ponto de partida de vista.
E agora, como proceder? À noite ou no meio de um nevoeiro, como faremos para saber onde está nosso destino e nosso ponto de partida? Qual é o rumo de regresso para nosso ponto de partida? Certamente você responderá: usarei o GPS. Esta resposta até certo ponto é aceitável, mas se o GPS não funcionar, faltar bateria ou não houver a bordo quem saiba manuseá-lo?
Estas perguntas, por si só, já justificam a existência da bússola e da carta náutica a bordo de nosso barco. Domine completamente o uso da carta náutica e da bússola de seu barco. Elas serão grandes e indispensáveis parceiras do navegante.


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Texto - Reprodução

Fonte: /www.aventuraeoffroad.com/

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